Momento virtual comemora 25 anos do Caps Casa verde

O CAPS Casa Verde está completando 25 anos de história e para celebrar a data, foi realizado hoje (11) um momento virtual que recordou toda a trajetória do ambulatório.  As narrativas tiveram início às 15h com o tema ”surgimento do Caps e percurso de cuidado”. Mediado pela coordenadora do serviço, psicóloga, Aureana Lavenere, a abertura do evento foi com a idealizadora do ambulatório, psiquiatra Lúcia Santa Rita que relembrou o início dessa construção. “Reunimos um grupo de profissionais idealistas e vimos a necessidade da criação desse serviço alternativo quando percebemos que haviam pacientes que precisavam de internação, mas vislumbrávamos também um outro grupo que necessitava de uma assistência mais específica, sem que eles precisassem sair da sua comunidade”, salientou a psiquiatra, reconhecendo o esforço de cada um dos profissionais naquela época  e parabenizando a equipe atual pelos esforços empenhados nesta trajetória.

A diretora-geral do HEPR, Maria Derivalda Andrade, parabenizou toda a equipe do Caps, acreditando que o momento é de luta, de resistência e dentro de uma relação de afeto entre servidores, usuário e família. “A gente só se reconhece com liberdade. O Caps Casa Verde representa o nosso ideal de emancipação”, destaca.

Na plataforma pudemos contemplar, ainda, familiares e profissionais da unidade hospitalar que permanecem ou que já passaram por este serviço contribuindo com sua bela história, recontada e relembrada neste espaço, a exemplo das ex-coordenadoras Telma Cunha e Laeuza Farias, psiquiatra do serviço, Paula Vilhena e da técnica de Enfermagem Márcia Santos que atuou por longo tempo no Caps.

Para Mary Cristina, usuária do serviço há mais de cinco anos, o Caps é uma segunda casa pra ela. “Aqui eu aprendi muita coisa. Participei de muitos intercâmbios com Caps de outros lugares de Alagoas. Foram horas de muita aprendizagem”, relata Mary que citou as cidades de Junqueiro onde compôs estojos escolares e a cidade de Pilar onde absorveu a técnica de quadros feitos com biscuit. “Também sei fazer bonecos de fantoches e pesos de porta”, foi citando a usuária que realizava atividade manual na hora do depoimento, no hall da enfermaria, onde está montada relevante exposição aberta ao público interno. No ambiente, vê-se fotos atuais e antigas, peças em costura, bordado, projetos de geração de renda, cartazes do teatro do Oprimido, trabalhos expressivos, bem como marcadores de livros, poesias e paródias construídos pelos usuários. A exposição ficará posta até o final de março.

Na programação constavam também sarau poético e ações presenciais reunindo usuários e familiares, mas tiveram que ser canceladas em razão do cenário da pandemia da Covid-19.  O Casa Verde, que é vinculado ao Hospital Escola Portugal Ramalho foi pioneiro no cuidado em liberdade e tornou-se referência para assistência aos 2º e 3º distritos sanitários de saúde, compondo a Rede de Atenção Psicossocial do município de Maceió.