Usuário do PISAM apresenta exposição “DESBINARIZE” no MUPA

A Oficina ‘Mediação Cultural Pedagógica: Diálogos sobre artes visuais, educação ambiental e saúde mental resultou no última terça-feira, (10), dia de abertura da campanha setembro amarelo de prevenção e combate ao suicídio, na exposição ‘Descolonize “Desbinarize” com a série Disforia como observância às razoes de suicídio no público transexual pela exclusão e marginalização por que passam. “A sociedade e os familiares não sabem lidar e isso causa um estigma social muito grande, nos inclinando a estarmos sempre em tratamento para podermos aprender a conviver com esses conflitos que a vida nos apresenta”, explicou Lírio Negro, idealizador da iniciativa.

De acordo com Vítor, pessoa não-binária que fez os registros de intervenção urbana da série “Desconstruindo estereótipos de gêneros: Disforia” de Lírio Negro, as obras de Lírio têm ênfase na própria imagem. “O fato de ver a si mesmo e não poder mudar, querer ser diferente mas não conseguir mesmo tentando, talvez se apropriando de algo que não seja mais seu, cada obra conta um pouco da história da população LGBTQ+” resumiu o fotógrafo.

Para o artista plástico, Lula Nogueira,  a temática Desbinarize torna-se um mote importante para Alagoas que é visto como vulnerável às questões de gênero. “A arte de Lírio mexe com valores tradicionais, fazendo com que a gente repense e possibilita até a uma criança que vislumbra seu trabalho, reconhecer uma arte viva repleta de talento, como colagem, moda, pintura, escultura, enfim”.

A exposição de Lírio Negro foi selecionada por meio de edital público da Secretaria de Estado de Cultura de Alagoas. Essa é a primeira vez que oferecem através de edital, a categoria arte inclusiva. “E isso nos possibilitou tratar de um tema tão delicado em maior amplitude e envolver mais usuários da saúde mental no meu projeto de mostra singular que teve como resultado final uma obra em que dedicamos a Ariane Félix, estudante alagoana de Jornalismo que cometeu suicídio recentemente.”

Segundo Lírio, o objetivo da manifestação é partilhar sobre artes visuais, sustentabilidade, mediação cultural e saúde mental. Para ele, o aproveitamento dos resíduos sólidos despertam um novo olhar e infinitas possibilidades de ser e de existir na sociedade. “A incorporação de um artista não-binário com deficiência em um espaço museológico, oportuniza a atenção da sociedade à saúde mental  da população LGBTQI+.” Essa é a primeira mostra que possibilita pautar políticas de diminuição de perdas à saúde mental compreendendo o público LGBTQI+.

A exibição traz, ainda,  a importância da contribuição da alagoana Nise da Silveira na reforma psiquiátrica, a arte de Artur Bispo do Rosário, a mediação cultural, o processo de humanização, bem como a prática artística sustentável que foi manuseada na oficina de papietagem, manejo da utilização de papeis.

A exposição é aberta ao público em geral e prossegue até o dia 30 de outubro das 9h às 16h, no Museu Palácio Floriano Peixoto, (MUPA), localizado na Praça dos Martírios.