O Hospital Escola Portugal Ramalho, (HEPR), através do Núcleos de Gestão de Pessoas e Educação Permanente promoveram na manhã de hoje, (28), o Seminário ‘as relações étnico-raciais e o projeto ético-político do assistente social.’ O encontro foi realizado no miniauditório Marily Granjeiro e atraiu dezenas de servidores para as mesas-redondas que discutiram gênero e cor na mira da violência, com reflexões trazidas pela profa. Dra. Marli Araújo da UFAL e, ainda, o debate sobre Igualdade racial e diversidade religiosa, tendo à frente das discussões, o prof. doutor Clébio Correia, da UNEAL.
Para a professora Marli Araújo, desde o início do século XX, por diferentes motivos, a população afrobrasileira não teve apoio efetivo por parte do Estado no que tange às medidas de reparação pela violência da escravidão e suas consequências em termos de desigualdades sociais. “As mudanças social e política para o povo negro se destacam com a chegada da Redemocratização e posteriormente a Constituição Federal de 1988 garantindo o direito individual e coletivo nas suas vertentes de liberdade e culto religioso, de manifestação e associação, o racismo sendo crime inafiançável e tantos outros, cabendo espaço, pouco ainda, para a dignidade ao povo negro.”
A professora também refletiu sobre os cenários construídos e postos na dinâmica da vida real, identificando práticas, representações, sentidos e significados que dizem respeito simultaneamente à cor e raça e ao gênero, que tenham implicações para a situação de violência sofrida pelo sujeito negro. Ela mostrou, ainda de que modo a cor em seu entrecruzamento com o gênero, participa da situação de violência doméstica e familiar contra as mulheres negras.
Segundo o professor Clébio, que comandou a mesa sobre igualdade racial, nenhuma sociedade é tão plural como a nossa. “Esse nosso ser carece de compreender que as características dessa diversidade não estão só no nosso rosto ou no cabelo, elas estão no nosso jeito de pensar, de ver o mundo ou de nos relacionarmos com o sagrado”, ponderou.