O Hospital Escola Portugal Ramalho, (HEPR), através do Serviço Social, realizou nos últimos 12 e 13 de setembro, o Fórum de Discussão, Sociedade, Saúde Mental e Serviço Social, reunindo professores e profissionais pesquisadores na área. Na abertura, o diretor-geral do HEPR, psiquiatra Audenis Peixoto, aproveitou a oportunidade para pontuar as conquistas obtidas ao longo da gestão, a exemplo do Regimento Interno da Unidade Hospitalar e da criação do Conselho Gestor, único hospital da Uncisal que já conta com essas ações. A diretora de Gestão de Pessoas e assistente social, Simone Duarte, também recebeu o público destacando a grande alegria pela realização do evento.
De acordo com a assistente social e também uma das organizadoras deste encontro, Maria Derivalda Andrade, o fórum surgiu a partir de discussões do Serviço Social com o intuito de refletir o seu fazer profissional. “Nosso objetivo é o de atender a solicitações dos servidores do HEPR, promovendo um espaço de argumentações e trocas de experiências entre pesquisadores, gestores, trabalhadores, usuários e familiares interessados em discutir e propor estratégias de consolidação da RAPS em Alagoas, cuja centralidade seja o cuidado”, explicou.
As primeiras conferências debateram “Empresas Públicas e Organizações Sociais (OSS): O desmonte do Sistema único de Saúde”, ministrada pela professora Dra. Maria Valéria Costa, que apresentou sua pesquisa, fazendo uma retrospectiva histórica do SUS, destacando que a luta pelo SUS vem de 1980, época da redemocratização do país. A professora que também é reitora da Universidade Federal de Alagoas, (UFAL), pontuou, ainda, que a Constituição de 1988 assegura o direito à Saúde, entretanto, foi necessário percorrer um longo caminho até o desenvolvimento do SUS. Na segunda rodada de debate, a professora Dra. da UFAL, Rosa Lúcia Prédes, apresentou a conferência “Caminhos e descaminhos da Saúde Mental no Brasil: um resgate histórico”, levantando a bandeira de que os direitos sociais não podem ser vistos como mercadorias e lançou uma reflexão ao auditório. “Se fala hoje que a Rede é frágil, que não funciona. Porém é preciso se perguntar porque, a quem interessa que a Rede funcione e a quem não interessa”, questionou. Na parte da manhã, foi discutida, ainda, a “Rede de Atenção Psicossocial em Alagoas: Avanços e Limites” pela profa. Dra. Maria Cristina Ribeiro, com vínculo na Uncisal e Cesmac.
As conferências tiveram continuidade durante todo o dia, com temáticas como “Os princípios norteadores da Política Nacional de Humanização e Saúde Mental”, ministrada pela apoiadora institucional da Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção à Saúde Mental da Uncisal, Petrúcia Barbosa Ferreira. Logo, em seguida, foi a vez de debater sobre o “Plano Estadual de Saúde Mental em Alagoas”, apresentado pela profa. mestra Maria Karoline do Carmo Ramos.
Para encerrar o primeiro dia das discussões, a Mesa Novas Abordagens em Saúde Mental no processo de desinstitucionalização, expôs duas temáticas: ” O matriciamento nos serviços de Saúde Mental: versões de um grupo de profissionais de Saúde”, pela professora Renata Laureano da Silva e “Caminhos do cuidado – Formação em Saúde Mental para Agentes Comunitários de Saúde e Técnicos de Enfermagem de Atenção Básica”, pela professora mestra da Uncisal, Emilene Andrada Donato.
No segundo dia, “Componentes Constitutivos da Rede de Atenção Psicossocial em Alagoas – Abordagens práticas”, ministrada pela equipe de Consultório de Rua e “Centros de Atenção Psicossocial”, pela coordenadora do Caps Casa Verde/Uncisal, Telma Alves da Cunha. No turno da tarde, os assistentes sociais do HEPR, participaram da Oficina “Parâmetros para atuação dos assistentes sociais na Política de Saúde Mental numa perspectiva integral de Saúde – uma análise para o fortalecimento do projeto ético-político da profissão” com as assistentes sociais Maria Derivalda Andrade e Pollyana Venâncio.